segunda-feira, 27 de junho de 2011

Hipotireoidismo e Exercício Físico


Fisiopatologia da Hipotireoidismo

                  A hipotireoidismo é caracterizada por uma diminuição dos hormônios T3 (Triiodotironina) e T4 (Tiroxina), podendo ser classificada como primária, se a doença se localizar na tireóide, secundária se localizar-se na hipófise e terciária se localizar-se no hipotálamo. (CASTRO, 2011). A função destes hormônios é de extrema importância, sendo um dos responsáveis pelo controle do metabolismo e pela metabolização e oxidação (uso da gordura) dos ácidos graxos livres (gordura pronta para ser usada como fonte de energia) (CAMPOS & GARRET , 2000). Sendo assim, uma baixa produção destes hormônios tendem a levar a pessoa ao sobrepeso e obesidade. Estudos relatam que quase 10% das mulheres têm ou terão hipotireoidismo.  Os sintomas são discretos, por isso a dificuldade de diagnostico e evolução da doença. São eles: Diminuição do metabolismo (o que dificulta o emagrecimento), bradicardia (batimentos do coração mais lento), intolerância ao frio e apatia. (GONÇALVES, 2005)  (GUYTON, 2007) 
               Alguns estudos correlacionaram a hipotireoidismo com doenças associadas como: doenças coronarianas, aterosclerose, elevação do colesterol total, LDL, e triglicerídeos, com redução de HLDL (colesterol bom).                         
                                                                                         
Ø  Exercício e Hipotireoidismo
Estudos mostram que o hipotireoidismo, pode haver baixa tolerância ao esforço físico e maior acúmulo de lactato (marcador  do  esforço físico), o  que  limita  

                                                                                              

a  intensidade do exercício físico. Além de uma maior facilidade de aumento da gordura corporal por baixar o metabolismo basal.


Está bem documentado que o exercício físico pode atuar na regulação de vários hormônios corporais, tais como insulina, testosterona, progesterona e etc.
De acordo com McArdle (2008) corrobora tal afirmação quando diz que durante o exercício físico, o hormônio tireoidiano T4 pode aumentar em até 35% os níveis séricos, e justifica por ocorrer um aumento de temperatura central induzida pelo exercício.
No estudo de Júnior (2010) verificou-se que uma pessoa com hipotireoidismo fazendo o uso de tiroxina há 15 anos, teve seus níveis de T4 livre aumentado significativamente e de TSH reduzido significativamente após 6 semanas de treinamento.
Um estudo realizado por Monzanni et al. (1997) verificou que a reposição hormonal de tiroxina pode melhorar a tolerância ao esforço pelo menor acúmulo de lactato quando comparado as que não fizeram tal reposição.



Conforme Yildirimkaya et al. (1996) encontrou redução nas taxas de colesterol total e LDL com o uso de tiroxina.
Segundo Golçalves (2005) em sua tese de mestrado, abordou o assunto e verificou que o uso de tiroxina  diminuiu o LDL e triglicerídeos e aumentou a tolerância ao esforço físico, podendo ser preventiva de doenças cardiovasculares.                
Ainda assim, a reposição de T4 ainda está muito controversa, porém, os estudos mostram benefício na tolerância ao esforço físico e prevenção de doenças cardiovasculares. E ainda, que o exercício físico pode aumentar os níveis de T4 e reduzir os níveis de TSH em mulheres hipotireoidianas.

Conclusão:

O Exercício Físico pode influenciar de várias maneiras positivas quem possui hipotireoidismo, de forma que quando prescrito corretamente, pode gerar um alto gasto calórico pós treino, aumentando assim o metabolismo de repouso. Aumentar a massa muscular (músculo) para que haja mais consumo de gordura em baixa intensidade. Aumentar o consumo de gordura e fluxo sanguíneo para evitar o acúmulo de gordura nos vasos sanguíneos e diminuição do colesterol. Tornar o miocárdio mais forte e resistente para prevenir doenças cardiovasculares. Tentar elevar os níveis de T4 e reduzir os níveis de TSH mediante o esforço físico.

Portanto, mais uma vez o Exercício Físico é benéfico.
                                                                                               




 Referências:
CASTRO, 2011
CAMPOS, 2000 
GARRET , 2000
GONÇALVES, 2005   
GUYTON, 2007
JÚNIOR, 2010
MCARDLE, 2008
MONZANNI et al, 1997
YILDIRIMKAYA et al, 1996
   
 

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Não desanime!!

Nosso papo de hoje não é científico... é de AMIGO!

Tenho visto muitas pessoas desesperadas para obter um corpo perfeito, querendo emagrecer, ganhar músculos... E para isso, estão se propondo a tudo que dizem que dará certo: remédio, termo gênicos, cirurgias bariátricas (redução de estômago), lipoaspiração, uso de anabolizantes (bomba)....  e muito mais!!

Será que vale a pena??? Será que esse atalho trará o que você realmente deseja??? 

Antes de tudo, temos que lembrar que o que fazemos hoje, refletirá amanhã! Por um corpo perfeito hoje, por uma saúde comprometida amanhã.

Diabetes, hipertensão, transtornos mentais... Pensa naquele idoso que precisa de ajuda pra tudo, até mesmo para ir ao banheiro. Talvez não tenha sido a causa que estamos conversando, mas, pode ser a mesma consequência.

Olha o exemplo do vocalista do LS Jack, foi fazer uma simples lipo e saiu com sua saúde comprometida. É bem verdade que a medicina está evoluída, que as chances são mínimas... ok!!! Mas seu corpo sofrerá uma mudança não natural, no qual seu metabolismo continuará o mesmo, o de 5 minutos antes de terminar a cirurgia. E ainda, com facilidade de acumular gordura novamente!
Praticamente todos estão buscando a mesma coisa: homens querendo aumentar os músculos e diminuir gordura e mulheres querendo perder a barriguinha e aumentar massa muscular na perna e bumbum.... GENTE, estamos todos no mesmo barco... a maioria está na mesma busca... você, seus amigos, seus colegas do trabalho... CALMA!
Agora te pergunto: quanto tempo você levou para ganhar aqueles quilinhos indesejáveis?? E em quanto tempo você quer perdê-lo??

Calma.... não é pra te desanimar, é pra te mostrar que você consegue sem precisar do que pode te fazer mal. Se não está conseguindo, vá ao médico e faça todos os exames possíveis: de sangue, de hormônios, de enzimas.... Trate a causa e não a consequência dela!

Depois vá a uma academia, converse com seu professor, pois o que você gastará nesses "atalhos" você poderá gastar menos com uma boa orientação. Com o valor da lipo, você paga meses de treinamento individual (personal), e além de chegar ao seu objetivo, ganhará muito mais como: energia na vida diária, melhora do sono, diminuição de estresse e ansiedade, melhor captação de glicose ( prevenção e tratamento de diabetes), regulação da pressão arterial (prevenção e tratamento de hipertensão), aumento de força, melhora na composição dos osso (prevenção e tratamento osteoporose), e um monte de benefícios, que se eu fosse falar, não caberia neste post.
Para chegar a um objetivo é preciso estabelecer metas, e abrir mão de muitas coisas!! Rever o que não te faz bem, o que pode estar roubando seus resultados. Rever seu estilo de vida: sua alimentação, seus lazeres (que muitas vezes é comer pizza, ir ao cinema e comer pipoca com refrigerante), suas noites de sono, seu nível de estresse....

Portanto, não se importe com o que as pessoas falam, todas estão em busca das mesmas coisas, sendo na área da vaidade, do amor, da profissão... raras são as exceções! 

OBS: dedico a todas as pessoas que amo e quero bem!

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Osteoporose e exercício físico

Fisiopatologia Osteoporose - Osteopenia


               Nossa estrutura esquelética é extremamente dinâmica, está sempre se adaptando a estímulos internos e externos. Essa estrutura é formada por 4 principais células: Células de Superfície, Osteoclastos, Osteoblastos e Osteócitos. A primeira célula, células de Superfície que revestem os ossos,  ativam enzimas para que  removam a proteção que existia sobre esses osso. A segunda célula, Osteoclastos, digerem essa remoção das primeiras células e promovem uma reabsorção. Logo depois, os osteoblastos, que são grandes células, fazem o processo de reconstrução do osso. Então, em cada ciclo você tem uma destruição e uma construção de osso. No caso da osteopenia, a ação dos Osteoclastos está mais evidente que dos Osteoblastos, gerando um saldo negativo, espaços vazios dentro do osso, tornando mais poroso e frágil.   Com o passar do tempo, nós vamos perdendo a ativação dos osteoblastos por natureza, e aumentando a atividade dos osteoclastos, favorecendo assim a perda de mineral ósseo. Isto está associado também à exposição ao sol, à vitamina D e à menopausa, por deficiência dos hormônios femininos. A última célula, não menos importante, são os osteócitos. Eles funcionam como sensores, a fim de sinalizar a necessidade de reposição óssea.

Exercício e Osteoporose - Osteopenia

                  A tendência da mulher que está na menopausa é de perder a densidade mineral óssea, como já foi citado, por isso, o fato de não haver uma piora no quadro já é muito bom. Enquanto que as mulheres que permanecem sedentárias, agravam o quadro em menos de 9 meses. Para que haja um saldo positivo entre os Osteoclastos e Osteoblastos, é preciso estressar o osso, pressão, torção, compressão.... Algo que faça ele reagir e perceber que precisa se tornar mais forte.  Estudos comprovam que a corrida quando feita em alta
intensidade, promove a força de reação ao solo, gerando um aumento da D.M.O.
Coupland et al 1999, verificou que é mais interessante a intensidade da corrida ( velocidade) do que a distância (volume) para aumento da D.M.O. Outros colaboradores encontraram o mesmo resultado: Kato et al 2006, Fuchs et al 2001 e etc.

Já no treinamento resistido, existem vários estudos comprovando o aumento e a prevenção da D.M.O. A musculação promove o aumento da fosfatase alcalina, que é um marcador de construção óssea. (Lester et al 2009)

Kerr et al 1996, realizou um estudo com mulheres no período pós-menopausa, comparando intensidade altas e moderadas. Verificou-se que a intensidade alta houve ganho de D.M.O. em todos os locais avaliados, enquanto a intensidade baixa não foi suficiente para estimular o aumento da D.M.O. Stengel et al 2005, 2007 também encontrou os mesmos resultados.


 Concluindo, o exercício físico quando prescrito corretamente, pode prevenir a perda de Densidade Mineral Óssea e ainda aumentar.



Referências: 
Paulo Gentil 2001 - Curso Treinamento Resistido para Grupos Especiais

quarta-feira, 1 de junho de 2011

A idade influencia na performance?

A tendência natural da vida ao passar dos anos é a perda da capacidade funcional e aptidão física, que forma a tríade da composição corporal, parte neural e cardiorespiratória.

Será??

Será que somos fortes por que somos jovens? Será que estamos condenados a perder a capacidade de correr, praticar esportes, ficar saudável e até muitas vezes não conseguirmos cuidar de nós mesmo??


No site http://tribunadonorte.com.br/noticia/gastos-com-fraturas-dobram-no-rn/76333, conta a história da Dona Maria, que já perdeu a conta de tantas vezes que caiu e se machucou “Já caí da rede, na entrada do banheiro, escorreguei em um saco plástico”. E o site relata também algumas consequências do envelhecimento.

Porém, esse quadro poderia ser bem diferente!

A tendência natural ao passar o tempo, é a perda das funções e a caquexia (perda de massa magra, densidade mineral óssea, fadiga, fraqueza...)
Mas, o que acontece é que cerca de somente 10% das perdas são consequências da idade!!

Então, onde estão os outros 90%???

O idoso perde sua funcionalidade por não mais treiná-las! Então, cerca de 90% de suas perdas são consequências do não uso de suas capacidades.

O curso ministrado pelo Dr. Paulo Gentil, deixa bem claro e respaldado cientificamente sobre isso:
Primeiramente, estudos mostram que pessoas mais fracas tem maior índice de mortalidade, mesmo com doenças coronarianas, tabagismo, câncer.... Os níveis de força estão associados com a expectativa de vida da pessoa".  Logo, o idoso que está fraco, tem uma menor expectativa de vida.

Quando o idoso interrompe suas atividades físicas, ai sim ele vai perdendo sua aptidão física.
Os primeiros locais a serem prejudicados é o abdome e quadril, nos quais têm uma importância relevante por serem músculos estabilizados e extremamente utilizados para a vida diária.

Estudos feitos com homens até acima de 90 anos, uns com doenças crônicas degenerativas como hipertensão, diabetes... mostram que a capacidade de um idoso ganhar força e aumentara massa magra é a mesma que um jovem, basta treinar! E que em 6 meses, seus ganhos podem ser praticamente idênticos a de um jovem.  Não adianta colocá-lo em caminhadas ou alongamentos, pois a maior perda de um idoso está nas fibas tipo II ( fibras de contrações rápidas, de força, de esforços maiores como fazer musculação)  logo, ele precisa treinar essas fibras! 

E mais, Bottaro el al 2010, mostrou que um idoso é capaz de recuperar sua força mais rápido que um jovem entre uma série e outra.
Uma perda que tem que ser levada em consideração, é das células satélites. As células satélites têm a função de fazer a resíntese proteica ( aumentar a massa muscular) O idoso tem menos células satélites que um jovem, sendo assim, sua recuperação entre um treino e outro pode ser menor.  

Potanto, fica bem claro que o idoso tem suas capacidades de adaptação preservadas, basta treinar de forma certa.

"Não podemos tratar o idoso como doente, velhiçe não é doença" Paulo Gentil.


Referências:
Treinamento resistido para Grupos Especiais - Paulo Gentil
Bases científicas do treinamento de Hipertrofia - Paulo Gentil
Bottaro et al 2010
Fiatarone et al 1994
Fiatarone et al 1990
Frontera et al 1988