Fisiopatologia da Hipotireoidismo
A hipotireoidismo é caracterizada por uma diminuição dos hormônios T3 (Triiodotironina) e T4 (Tiroxina), podendo ser classificada como primária, se a doença se localizar na tireóide, secundária se localizar-se na hipófise e terciária se localizar-se no hipotálamo. (CASTRO, 2011). A função destes hormônios é de extrema importância, sendo um dos responsáveis pelo controle do metabolismo e pela metabolização e oxidação (uso da gordura) dos ácidos graxos livres (gordura pronta para ser usada como fonte de energia) (CAMPOS & GARRET , 2000). Sendo assim, uma baixa produção destes hormônios tendem a levar a pessoa ao sobrepeso e obesidade. Estudos relatam que quase 10% das mulheres têm ou terão hipotireoidismo. Os sintomas são discretos, por isso a dificuldade de diagnostico e evolução da doença. São eles: Diminuição do metabolismo (o que dificulta o emagrecimento), bradicardia (batimentos do coração mais lento), intolerância ao frio e apatia. (GONÇALVES, 2005) (GUYTON, 2007)
Alguns estudos correlacionaram a hipotireoidismo com doenças associadas como: doenças coronarianas, aterosclerose, elevação do colesterol total, LDL, e triglicerídeos, com redução de HLDL (colesterol bom).
Ø Exercício e Hipotireoidismo
Estudos mostram que o hipotireoidismo, pode haver baixa tolerância ao esforço físico e maior acúmulo de lactato (marcador do esforço físico), o que limita
a intensidade do exercício físico. Além de uma maior facilidade de aumento da gordura corporal por baixar o metabolismo basal.
Está bem documentado que o exercício físico pode atuar na regulação de vários hormônios corporais, tais como insulina, testosterona, progesterona e etc.
De acordo com McArdle (2008) corrobora tal afirmação quando diz que durante o exercício físico, o hormônio tireoidiano T4 pode aumentar em até 35% os níveis séricos, e justifica por ocorrer um aumento de temperatura central induzida pelo exercício.
No estudo de Júnior (2010) verificou-se que uma pessoa com hipotireoidismo fazendo o uso de tiroxina há 15 anos, teve seus níveis de T4 livre aumentado significativamente e de TSH reduzido significativamente após 6 semanas de treinamento.
Um estudo realizado por Monzanni et al. (1997) verificou que a reposição hormonal de tiroxina pode melhorar a tolerância ao esforço pelo menor acúmulo de lactato quando comparado as que não fizeram tal reposição.
Conforme Yildirimkaya et al. (1996) encontrou redução nas taxas de colesterol total e LDL com o uso de tiroxina.
Segundo Golçalves (2005) em sua tese de mestrado, abordou o assunto e verificou que o uso de tiroxina diminuiu o LDL e triglicerídeos e aumentou a tolerância ao esforço físico, podendo ser preventiva de doenças cardiovasculares.
Ainda assim, a reposição de T4 ainda está muito controversa, porém, os estudos mostram benefício na tolerância ao esforço físico e prevenção de doenças cardiovasculares. E ainda, que o exercício físico pode aumentar os níveis de T4 e reduzir os níveis de TSH em mulheres hipotireoidianas.
Conclusão:
O Exercício Físico pode influenciar de várias maneiras positivas quem possui hipotireoidismo, de forma que quando prescrito corretamente, pode gerar um alto gasto calórico pós treino, aumentando assim o metabolismo de repouso. Aumentar a massa muscular (músculo) para que haja mais consumo de gordura em baixa intensidade. Aumentar o consumo de gordura e fluxo sanguíneo para evitar o acúmulo de gordura nos vasos sanguíneos e diminuição do colesterol. Tornar o miocárdio mais forte e resistente para prevenir doenças cardiovasculares. Tentar elevar os níveis de T4 e reduzir os níveis de TSH mediante o esforço físico.
Portanto, mais uma vez o Exercício Físico é benéfico.
Referências:
CASTRO, 2011
CAMPOS, 2000
GARRET , 2000
GONÇALVES, 2005
GUYTON, 2007
JÚNIOR, 2010
MCARDLE, 2008
MONZANNI et al, 1997
YILDIRIMKAYA et al, 1996